terça-feira, 26 de julho de 2011

Conformismo e parasitismo no século XXI

A palavra ideia em, português, perdeu o acento. Mas que a palavra perder o acento foi nosso século perdeu as ideias. A palavra ideologia significa senso comum ou simplesmente ideias, mas essa palavra com tantas outras acabam sendo banalizadas em nosso vocabulário e apresenta sentido comum como simplesmente ideias, pensamentos. Quando Cazuza cantou que queria alguma ideologia para viver ele estava anunciando o fim da cabeça pensante do homem e o nascimento da uniformidade. O fim das ideologias e nascimento de uma sociedade estagnada e conformista.
O ser humano e único no planeta dotado de uma série de funções que o instigam a usar o cérebro para sair das mais diversas situações. Com a conscientização do mundo e a problematização da vida, o homem começou a organizar seus pensamentos de uma forma a compreender melhor as coisas e a organizar mundos melhores para se viver. O trabalho intelectual nunca foi tão valorizado, principalmente na Europa. Isso permitiu a aproximação com os mais diferentes paixões humanas e o entendimento do poder que o homem possuia. O ser humano não contente em dominar o mundo e tudo que nele há, como Deus autorizou na bíblia que ele deve dominar, ele quis se aproveitar dos homens considerados mais frágeis. Quando o homem decide se encher de vaidade o mundo é sempre muito pequeno para suas ambições.
Desde dessa época, quando floresceu o trabalho intelectual, o mundo conheceu a divisão, ainda velada, de classes e a marginalização do trabalho com as mãos ou trabalho pesado. O trabalho, que tanto Karl Marx advertia em seus escritos, separa homens considerados de bem e os vagabundo e mendigos. Rios intransponíveis nasceram, para separar os homens, quando houve a revolução burguesa na Europa. Mas que segregar, a revolução burguesa julga e assenhora as outras classes. Uma dominação oculta que tem como principal aliado os Estados nacionais que adotam a democracia e o capitalismo como forma de se integrar na comunidade internacional.
O mundo vive tempos de cegueira em toda sua totalidade. A morte das ideologias são um bom exemplo. Quando as agitações socias no século XIX estavam em pleno vapor houve uma tentativa de melhorar a vida não somente dos burgueses mas dos camponeses. Depois desse tempo o mundo foi se organizando entre ricos e pobres. E essa organização deixou o mundo de uma forma a não conseguir ver mais a saída que nosso antepassados do século XIX conseguiram ver. A efervescência dos movimentos ideológicos daquele século nuca viram tamanha coragem de seus estandartes humanos que tão bem representavam o movimento. Depois da eliminação dos castigos corporais, os capitalistas, em ascensão, trocaram as ideologias por programas mais bem preparados para as massas que podem ser divertir com a televisão enquanto a barriga ronca de fome em alguns cantos desse mundo. A mídia sensacionalista se comove em procurar infernizar a vida dos artista de fundo de quintal, na grande maioria das vezes, para distrair os homens de sua verdadeira missão, que é viver de um modo a não haver mais desigualdades no mundo. Somos todos um só, não somos negros, nem brancos, nem muçulmanos, nem judeus ou brasileiros, somos homens e mulheres que querem viver uma boa vida sem se preocupar em matar ou morrer, na fome ou na guerra. Os ataques em Oslo, Noruega, mostra que essa consciência de que somos apenas Hommo sapiens habitando um planeta, e que existe formas diferentes de culturas, modo de vida ou países. Isso pode separar o homem, mas não quer dizer que somos melhores ou piores. Significa que na escala evolucionaria teria que existir homens negros e brancos que falam português ou inglês ou qualquer língua. Culturas diferentes são uma mostra da riqueza do pensamento humano, nós adaptamos em diferentes lugares e desenvolvemos diferentes modos de ver e viver a vida na terra.
As ideologias mostram bem os diferentes modos de se combater a opressão e a sagacidade do homem. Mas com a morte da ideologia resta esperar e ver o que vai acontecer com esse mundo conformista e parasita.